Políticas educacionais: contextos e análises contemporâneas

265 Adilson José de Almeida e Rute Rosângela Dalmina [...] o que a universidade quer ser (sua missão, visão e valores); o que a universidade pensa que é (a imagem que seus membros têm dela); o que a universidade é e faz (suas ações e resultados); o que a sociedade espera dela (as expectativas e opiniões de seus públicos externos). Reduzir a distância entre esses quatro polos nos diferentes campos da ação universitária é outra maneira de definir o processo de melhoria contínua da universidade em relação à sua responsabilidade social. (VALLAEYS, CRUZ e SASIA, 2009, p. 31. Livre tradução). Os autores, chamam a atenção para a constante renovação que as universidades se impõem, a fim de interagirem com a sociedade, na qual estão inseridas, na busca da construção continua da sua identidade. Neste relacionamento com a comunidade, evidencia-se os efeitos e/ou impactos que qualquer ação da universidade pode provocar na sociedade e no ecossistema. Como tarefas principais da universidade, poderíamos listar: a) investigação, na medida em que a busca pela verdade é acessível apenas a quem a procura sistematicamente; b) centro de cultura cuja finalidade reside no educar o ser humano na sua totalidade; c) ensino como a possibilidade de transmitir a verdade, evidenciando assim a forma identitária de uma universidade enquanto espaço de produção e disseminação do conhecimento. Sob essa perspectiva, cada vez mais, intelectuais, estudiosos e pesquisadores demonstram interesse em articular temas sociais a conteúdos que problematizam assuntos de ordem cultural, econômica, política e ética. O pensamento de Touraine (2011), discute a relação entre sujeito e sociedade atribuindo uma centralidade ao papel dos indivíduos, pois a seu ver, as relações sociais incentivam mudanças que influenciam a formação dos indivíduos. Essa formação do indivíduo, na sua totalidade, perpassa pela relação da universidade com a sociedade, em especial, no que tange à produção do conhecimento. Outro aspecto proposto pelo autor é de um novo paradigma, cujo sentido se refere a este não ser “só um instrumento nas mãos da ordem dominante, mas igualmente a construção de defesas, de críticas e de movimentos de libertação”. (TOURAINE, 2011, p. 13). Para Vallaeys (2017, p. 162) “a reconstrução filosófica de uma definição de responsabilidade social em termos de corresponsabilidade” decorrente da sensibilização do todo, é uma dimensão intrinsecamente coletiva. Essa dimensão mostra o quanto as universidades precisam avançar no sentido de assumir práticas que incentivem comportamen-

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