263 Adilson José de Almeida e Rute Rosângela Dalmina Vários autores, pesquisadores e intelectuais concebem um modelo básico e orgânico de universidade por meio de processos considerados chave para a sua constituição. Dividem a estrutura funcional da universidade em quatro funções específicas: gestão, docência, investigação e extensão universitária. Este modelo básico é reforçado pelos aspectos e recomendações para RSU do Observatório da Responsabilidade Social e Instituições de Ensino Superior (ORSIES) quanto à: a) campus socialmente responsável; b) formação pessoal e profissional dos estudantes; c) gestão socialmente responsável da produção e difusão do conhecimento; d) participação social na comunidade. Deste modo, a universidade deve responder à sociedade a partir de uma reflexão sobre o seu significado social, da busca de atendimento às demandas dessa mesma sociedade, da produção de conhecimentos e da formação de profissionais responsáveis. Essa reflexão, na visão de Vallaeys (2006), deve ser feita no contexto de seu entorno social, por meio da análise dos impactos das práticas das universidades sobre sua responsabilidade e sua participação na sociedade. Pode-se, então, conceber a ideia de RSU como um princípio, um compromisso3 e um processo, socialmente ético para a promoção do desenvolvimento sustentável da sociedade, das pessoas e do ecossistema, por meio da gestão organizacional quanto às suas ações de ensino, pesquisa e extensão, explicitadas nos seus valores institucionais. Estes autores, definem a responsabilidade social como um direcionador de toda ação empreendida na universidade, da universidade, para a universidade e para a sociedade, cuja finalidade é tornar melhor a condição humana, além de proporcionar o desenvolvimento sustentável do planeta, com toda a sua biodiversidade, com vistas às gerações futuras. Vários são os modelos de RSU desenvolvidos e utilizados para um autoexame das práticas da universidade. Cada modelo apresenta características próprias, mas que, no entanto, guardam uma relação de 3 [...] A assunção do compromisso social da universidade que está na base da definição da sua terceira missão, foi a partir de meados do século XX, a oportunidade para equacionar os termos em que este dilema se coloca e para reinterpretar o conceito de autonomia. Mas as coisas demoram o seu tempo e o tempo não tem, nem tem que ter, o mesmo valor e significado na universidade e nas sedes de decisão política, nacional ou supranacional. Finalmente, quando as regras da sociedade moderna transportam para um novo patamar de exigências a gestão eficiente da coisa pública no mundo globalizado, parecer uma nova permanência a necessidade de trazer ao mesmo tabuleiro Governos e universidade e de obrigar a adoptar comportamentos pragmáticos”. (SANTOS; ALMEIDA FILHO, 2012, p. 78).
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