247 Julian Silveira Diogo de Ávila Fontoura de forma restrita, se tivermos por base a diversidade de instituições que ofertam Educação Superior no Brasil. O contexto emergente no qual se insere a estrutura institucional dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia não se apresenta sob a perspectiva da transição, como aponta Morosini (2014), mas sim como um novo modelo/alternativa (e não de forma contrária) distinta das instituições universitárias. Seria interessante compreendermos a construção do contexto emergente no qual se insere a Educação Superior, na perspectiva dos Institutos Federais, dentro de uma abordagem que busque a compreensão do “modelo” de Universidade que adotamos como sociedade em nosso país. Ao buscamos referências sobre o modelo que elencamos enquanto nação, percebemos que a Educação Superior em nosso país possui um caráter bastante miscigenado. Não apresentamos um modelo “puro”, muito pelo contrário, acabamos construindo um modelo de Educação Superior pautado na mestiçagem. É preciso que compreendamos a forma que este modelo miscigenado se compõem a luz de estruturas universitárias de referência histórica frente ao processo de constituição dos atuais espaços universitários: temos então a tradição das universidades inglesas, francesas e alemãs integrando este cenário. (CARAÇA; CONCEIÇÃO; HEITOR, 1996, p. 1223). O modelo inglês de universidade pode ser percebido a luz de uma perspectiva de educação liberal (BALL, 2014), em que os esforços da instituição são focalizados na formação dos indivíduos frente aos conteúdos programáticos curriculares, além da formação do caráter e da personalidade destes sujeitos. Com uma organização de colleges, o alunado vive intensamente a comunidade acadêmica no regime de internato, convivendo com seus pares e professores. O modelo francês, por outro lado, privilegia à formação integral dos sujeitos, onde entidades externas à universidade teriam a função social de fomentar a investigação científica. Dessa forma, a universidade francesa não focaliza necessariamente seus esforços no fomento a investigação científica (pesquisa), mas sim no ensino acumulado historicamente pela sociedade. Por fim, o modelo alemão, destaca juntamente em seus processos a importância da investigação científica na efetivação dos processos de ensino-aprendizagem frente as demandas sociais, na qual o espaço acadêmico se mostra como sendo o espaço dedicado ao desenvolvimento do conhecimento, ainda sendo estruturado pelos princípios de liberdade individual dos alunos e professores. (CARAÇA; CONCEIÇÃO; HEITOR, 1996, p. 1224).
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