Políticas educacionais: contextos e análises contemporâneas

246 Os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia: possibilidades no arranjo do... sobre a sua influência nos modos de produção de conhecimento científico: o Global-Norte e o Global-Sul2. Gumport (2007), aponta que ambos os modelos apresentados, tem imbricados em si – em diferentes níveis – a sua face de frente para o mercado, ou ainda “buscam construir a cidadania, com forte presença nas questões sociais; são extremos de uma curva que tem inúmeras possibilidades de hibridismo”, como afirma Morosini (2014, p. 387). Os contextos emergentes são fortemente influenciados pelos países do Global-Norte (MOROSINI, 2014), em função de todo o seu poderio econômico e pela sua tradição na produção de conhecimento (nos mais diferentes campos do saber), sendo que esses países, juntamente com organismos multilaterais/internacionais, como afirma Cunha (2017), possuem forte influência junto processos educativos dos países do Global-Sul3. Se pensarmos na América Latina, por exemplo, Didriksson (2012), aponta em seus estudos que os contextos emergentes são caraterizados por uma série fatores, que talvez, os países do Global-Norte, já tenham superado em seus debates, como aponta Rosa (2014) em seus estudos sobre as novas teorias científicas acerca do Global-Sul e a influência do Global-Norte no desenvolvimento científico. As questões que surgem no debate sobre a constituição do contexto emergente da Educação Superior, se mostram como um campo de disputas de narrativas. De qualquer forma, ao investigarmos os processos de consolidação do contexto, percebemos que o mesmo se coloca 2 Esta divisão não carrega em si apenas a divisão territorial geográfica, esta forma de olhar o globo emerge do Pós-Guerra Fria onde o mundo deixa de ser percebido na perspectiva socialista e capitalista, passando então a ser operado na lógica dos desenvolvidos (países com processos de industrialização consolidados – Global-Norte) e aqueles em desenvolvimento (países formados a partir de ex-colônias, que implementaram tardiamente seu processo de industrialização – Global-Sul). Essa postura, por parte da comunidade internacional, em perceber o globo, possui impactos que estão para além da implementação da Educação Superior, mas sim, relaciona-se com os processos de internacionalização da educação, os arranjos produtivos na perspectiva global, a cooperação internacional entre os países a partir da forma com que a produção do conhecimento se estabelece em sua forma hegemônica. (CAIXETA, 2014). 3 Deve-se ressaltar a inconsistência terminológica ao definir como Sul todos os países em desenvolvimento. O México, situado no hemisfério Norte é um país latino-americano e, portanto, pertencente ao Sul; a Rússia, outro país emergente, está situado ao Norte da linha do Equador; e Austrália e a Nova Zelândia, são países situados no hemisfério Sul mas possuem status de países do Norte. Esses exemplos mostram a dificuldade de entender Norte e Sul pelo sentido denotativo, o que, nesse debate, devem assumir seu significado conotativo, já que são sinônimos de países desenvolvidos e em vias de desenvolvimento, respectivamente. (CAIXETA, 2014).

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