242 Os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia: possibilidades no arranjo do... O campo da Educação Superior é circundado por diferentes perspectivas e abordagem, que em alguma medida acabam demarcando as suas fronteiras e seus limites. Esta característica multifacetada faz com que distintos focos de análise sejam aplicados na tentativa de compreender os distintos fenômenos relacionados as práticas de educação. Uma das preocupações de parte da comunidade de pesquisadores em educação (PRETI, 2000; MATISKEI, 2004), está na forma como as conformações articuladas nos espaços educativos, acabam por atender efetivamente as demandas do alunado, respeitando suas particularidades no âmbito educacional e institucional. Há um consenso entre educadores, professores e pesquisadores que a educação não pode ser reduzida apenas a estratégias metodológicas de “transmissão” e construção dos saberes, se faz necessário repensar continuamente que os processos educativos são partes fundamentais do processo civilizatório. A complexidade da Educação Superior não está apenas na forma como ela é operacionalizada junto ao Sistema de Educação brasileiro, mas sim as articulações que ela estabelece com os demais setores da sociedade. Dessa forma, perpassada por diferentes demandas sociais e narrativas (contra)hegemônicas, como por exemplo as modificações dos sistemas de ensino, a criação de diferentes modalidades educativas, os processos decorrentes das “adequações” dos “novos” tempos e espaços da sociedade contemporânea. (BUNGENSTAB, 2014). Dentre tais adequações, temos que destacar duas delas: os arranjos da Educação Superior no sentido de fomentos a políticas públicas e as novas arquiteturas institucionais da Educação Superior. Dentre os novos arranjos da Educação Superior, temos em 2008 a implementação da Lei federal n° 11.892, que traz para o debate uma nova relação estabelecida institucionalmente entre a Educação e o Mundo do Trabalho e suas demandas de formação. Surge aqui os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, uma instituição responsável por agregar educação, ciência e tecnologia na formação de cidadãos livres e autônomos para o exercício pleno da cidadania. Essa nova institucionalidade, trouxe consigo a articulação entre Educação Profissional e Tecnológica e diferentes modalidades e níveis da educação, especialmente a Educação Superior – a partir do seu “novo” modelo pedagógico-institucional. (PACHECO, 2011, p. 18). Dalla Corte (2017), Didrikson (2008), Felicetti et al. (2017), Morosini (2014) e Zancan e Bolzam (2017), compreendem o atual espaço da Educação Superior a partir do movimentos recursivos de dife-
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