238 Do papel da universidade aos fundamentos do MESP: uma análise da colaboração acadêmica inadequada, pois as instituições de ensino superior são incapazes de formar para a docência ética. Ainda, alternativas como a educação domiciliar ou à distância, movimentam o mercado da educação aproveitando o alvoroço que o MESP vem fomentando, evidentemente que os docentes não possuem condições de combater o imaginário coletivo que aceitou a imagem do professor doutrinador. Se os docentes não passam de doutrinadores, como afirma o MESP, não haveria necessidade de seguir subsidiando programas de Pós-Graduação, escolas públicas e formação docente, essa demanda seria facilmente administrada burocraticamente e regulada eticamente por empresas privadas do ramo. Passamos ao ideal de regulação dos processos pelo gerencialismo, em que os resultados são o parâmetro para a tomada de decisões. A necessidade fabricada é o combate a doutrinação, a solução, a partir dessa perspectiva, deve ser rápida e precisa considerando as peças que estão causando o problema e a possibilidade de investimento no conserto das peças usadas, na substituição das peças ou mesmo na aquisição de um novo modo de promover a educação, talvez um modo mais simples, mais barato e, portanto, mais lucrativo. Assim, concluímos que os discursos de acadêmicos, presentes na sessão Artigos do site do MESP, estão subsidiando um movimento político-partidário, que por sua vez abre um novo nicho no mercado educativo, isto é, a ética pedagógica é alavancada como produto, justificando o enxugamento de investimentos públicos na educação pública e cedendo mais espaço e investimentos públicos para as iniciativas privadas. REFERÊNCIAS ARENDT, Hanna. Entre o passado e o futuro. São Paulo: Perspectiva, 2009. ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Escala, 2008. BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em <http://www. planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 22 fev. 2018. DESCARTES, René. Discurso do método. Lisboa: Edições 70, 1979. FILHO, Luiz Lopes Diniz. Acadêmicos podem sonegar informações. São Paulo, 2018a. Disponível em: <http://www.escolasempartido.org/arti gos-top/222-academicos-podem-sonegar-informacoes>. Acesso em: 31 out. 2018.
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