229 Verônica Ventorini Ferreira A partir de agora abordaremos os estranhamentos que apontamos, também definiremos o que chamamos de “má leitura” de Freire e Saviani. A questão do livro didático ficará aberta, pois essa é campo de disputa e a obrigatoriedade do uso do livro didático representa para os professores um problema, principalmente quando esse possui um nível de exigência distante das capacidades dos estudantes. Assim, consideramos que o livro didático não representa um fundamento para compreender os fundamentos da ética docente. DA PERGUNTA AOS FUNDAMENTOS ÉTICOS DA EDUCAÇÃO A esse tempo nos dedicamos a expor como o MESP, Weber, em sua obra Ciência como vocação, bem como, Paulo Freire e Dermeval Saviani, representantes das teorias críticas, retratam a temática de cada pergunta. Max Weber aparece como autor de referência na sessão FAQ e em dois artigos de autores diferentes (Fernando Schüler e Bráulio T. Pôrto de Matos), enquanto Popper é utilizado como subsídio retórico, para afirmar que o marxismo e a psicanálise são pseudociências, pois desatendem ao princípio de falseabilidade, não reincidindo sobre o papel do estudante e do professor. Entre os onze autores criticados nos textos ficamos com Paulo Freire e Dermeval Saviani, seus nomes aparecem na sessão FAQ como apoio teórico para os que promovem a doutrinação “de forma sistemática e organizada”, também aparecem como “gurus” da pedagogia. (MATOS, 2018). Paulo Freire é citado ainda por três autores diferentes nos artigos. Primeiramente olhamos para o papel do estudante, que segundo o MESP é o sujeito que está na sala de aula para ter contato com diferentes teorias sobre as temáticas de cada área do conhecimento, devendo refletir sobre o que lhe foi passado. Como o estudante vai refletir ou se ele vai expor sua reflexão não há indicações claras nos artigos. Evidente que o MESP não pretende propor uma nova teoria do conhecimento, logo as teorias acerca de como o estudante aprende não ganham nenhum foco. A única afirmativa é que o estudante está sob influência do docente durante o horário das aulas.
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