179 Silvia Regina Canan e Vanessa Taís Eloy diferentes aspectos do sistema educacional. Nesse ínterim, o ENADE, enquanto parte de uma política de avaliação em larga escala, pode ser considerado um espaço que permitirá a pesquisa à luz dos dados que são gerados a partir da inscrição dos acadêmicos nas provas, passando pela realização destas e, posteriormente, pelos resultados que as avaliações ajudam a produzir, como parte da avaliação do Ensino Superior. A partir dos dados pesquisados, alicerçados com nossos objetivos, é possível chegar a algumas conclusões provisórias. Com relação ao ENADE, ele propõe uma nova forma avaliativa baseada nas competências e habilidades, que os acadêmicos adquiriram durante todo curso de graduação. De acordo com os dados levantados na pesquisa, grande parcela dos coordenadores entrevistados está buscando novas possibilidades. Contudo, ainda são tentativas isoladas e muito subjetivas. Aparece muito presente, ainda, a preocupação demasiada com dados quantitativos do que com dados qualitativos. Por conta disso, os acadêmicos estão, apenas, sendo treinados para responderem as questões das provas. O ENADE, como avaliação em larga escala, não está conseguindo desencadear um processo profundo, radical de mudança, pois é trabalhado pela grande maioria dos cursos em média seis meses antes de realizarem o exame. De acordo com os objetivos da pesquisa e as respostas que eles trouxeram, permitimo-nos fazer mais algumas considerações em relação ao ENADE: Infelizmente o ENADE vem perdendo sua real função, pois, em parte, tem se igualado ao antigo Provão pelo fato de ranquear as instituições de ensino através das notas atribuídas aos cursos e as penalizações que eles sofrem se a nota for considerada insatisfatória. As provas são elaboradas de forma igualitária para todos os Estados do país sem verificar suas particularidades, salientando as diversidades culturais e econômicas em que cada Instituição de ensino se encontra. O ENADE deve ter como um propósito a busca de soluções para os problemas encontrados no processo de formação e não ajudar a propor um novo problema através de suas penalizações. Também cabe às instituições de ensino priorizar o aprendizado agregado pelos acadêmicos durante o curso e não apenas reproduzir o conhecimento através de ‘cursinhos preparatórios’ para a realização do exame.
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