171 Silvia Regina Canan e Vanessa Taís Eloy alunos vêm desqualificados do Ensino Médio. Nem sempre possuem conhecimentos suficientes para conquistarem bons resultados em sua aprendizagem. A preocupação com a formação superior, não rara, fica comprometida quando não se transpõem essas barreiras. Essa realidade parece que está estabelecida. Assim, é necessário trabalhar com constantes nivelamentos para desenvolvimento dos alunos e assim superar o déficit existente. O fruto desse trabalho será evidenciado a longo prazo. Todavia, o cuidado com esses aspectos na formação do acadêmico pode permitir uma formação crítica. Embora o espaço da universidade não seja o único onde ocorre a educação e a transmissão cultural, é nesse espaço que parte dos indivíduos e grupos com diferentes interesses e culturas, crenças, valores e percepções, entram em contato com o saber sistematizado e por meio dele elaboram processos de negociação de argumentação de construção de novos conhecimentos, de reflexão, de pensar criticamente. Por conseguinte, a universidade precisa adotar posturas críticas e criadoras que favoreçam a reflexão sobre o momento histórico e sobre os fatos que permeiam a sociedade com o todo. (BAPTISTA, 2009, p. 25). O processo de reflexão crítica tem como base a pedagogia crítica de Freire (2005) que parte da premissa de que uma formação crítica deve conduzir ao desenvolvimento de cidadãos que sejam capazes de analisar suas realidades social, histórica e cultural, criando possibilidades para transformá-las, conduzindo alunos e professores a uma maior autonomia e emancipação. Isso fica explícito na fala do coordenador: C4: “Certamente, na sociedade atual, além do conhecimento, são imprescindíveis inúmeras habilidades, competências e valores, entre eles, saber se posicionar criticamente, saber agir, e, acima de tudo, ter atitude diante de problemas e/ou situações não só de ordem profissional, mas também social”. A formação do profissional do século XXI exige novas competências, habilidades, saberes, além daqueles que são trabalhados, socializados no curso que o estudante escolher. Não se afirma, com isso, que as especificidades de cada curso não devam ser mantidas; ao contrário, um Engenheiro, um Arquiteto, etc. têm que saber muito sobre a sua área, enfim, todas as áreas têm suas especificidades que devem ser mantidas. Ocorre que, no mundo contemporâneo, a repetição de conteúdo/ conhecimentos não é a tônica, ou seja, não dá ‘cabo’ à formação do profissional que esse século exige.
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