167 Silvia Regina Canan e Vanessa Taís Eloy O ENADE COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO Olhando o ENADE como possível instrumento de avaliação, pressupõe concordar, novamente, com Dias Sobrinho (2003) de que: A avaliação institucional visa compreender, isto é, entender em conjunto, estabelecer as significações e as direções, não de segmentos ou de indivíduos isolados, mas de totalidades concretas que constituem a universidade como um todo. (p. 81- 82). Dessa forma, o ENADE, precisa ser olhado e analisado como um dos aspectos a ser considerado no contexto da avaliação no âmbito da instituição. Isso não significa diminuir sua importância para a instituição, mas refletir processos e ressignificar práticas. Dentre os objetivos da pesquisa, questionamos os coordenadores de curso, indagando-os sobre sua concordância com o ENADE e se ele pode ser considerado um instrumento de avaliação que contribui com a qualificação dos cursos superiores. De acordo com os coordenadores: C2: “De um modo geral sim, quando observamos que uma nota pontual dos nossos alunos não é satisfatória, temos a necessidade de revermos o que pode estar falhando ao longo do processo. Porém, é importante salientar que a maior dificuldade na avaliação está na interpretação e esta é uma questão mais ampla que deve ser discutida ao nível do Ensino Fundamental e Médio”. C4: “Entendemos que sim, o ENADE cumpre sua função de avaliação do Ensino Superior. A partir da avaliação, verificamos que a qualificação é reflexo do direcionamento dado pelos seus gestores. Se a energia for canalizada de forma positiva, ela se soma aos elementos construtivos do curso”. Segundo eles, apesar de entenderem que o ENADE não avalia o rendimento dos alunos de modo satisfatório, acreditam que o exame é uma ferramenta que contribui para a qualificação dos cursos à medida que instiga preocupações com aspectos relacionados à qualidade do corpo docente, infraestrutura, organização didático-pedagógica e ao conhecimento adquirido pelos discentes. Assim, sob esse ponto de vista, podemos aferir que o ENADE apresenta elementos que são contraditórios, ou seja, se por um lado ele permite que se pense na qualificação
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