Políticas educacionais: contextos e análises contemporâneas

162 Políticas de educação superior e avaliação no Brasil contemporâneo:... AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA X ESTRATÉGIAS DE GESTÃO Buscando conhecer o entendimento dos Coordenadores de Curso sobre o assunto pesquisado, as questões na pesquisa: “Na condição de coordenador de curso de graduação da universidade, como você avalia o ENADE enquanto política de avaliação em larga escala?” “Você lança mão de estratégias de gestão para melhorar a avaliação dos cursos?” Permitiu conhecer o entendimento dos Coordenadores de Curso sobre o tema: C1: “Avalio como sendo uma política que ajuda a verificar o nível de aprendizagem dos alunos do Ensino Superior. Como gestor, busco revisar os conhecimentos gerais dos acadêmicos que realizam o ENADE, refletindo, principalmente, sobre a Realidade Brasileira. Também, coloco para os alunos a importância de verificar as provas anteriores, bem como responsabilizo os acadêmicos da imprescindível função que possuem ao realizar as referidas, na interpretação e na compreensão das questões”. C4: “Hoje temos uma preocupação que no curso o aluno tenha contato anteriormente com as provas do ENADE, com a organização das questões e que nas disciplinas sejam desenvolvidas a relação conceitual e contextualizada, que ocorram encontros de revisão e discussão acerca das questões norteadoras da avaliação. Acredito que também desenvolver a “cultura” do ENADE e a responsabilidade no educando sejam aspectos prioritários”. Ao lermos as afirmações dos coordenadores, compreendemos que o ENADE, de certa forma, induz aos currículos, já que os professores passam a trabalhar as questões do exame nas disciplinas, forçando uma mudança na metodologia e nas formas de avaliação. Nesse sentido, determina um modo de regulação que incentiva a busca de resultados, ainda que esses não representem, necessariamente, a realidade dos cursos. Quando Dias Sobrinho (2003) nos alerta de que a ideia de Universidade que tem prevalecido é a da instrumentalidade, podemos ter uma clara noção de que sua função demanda “cumprir mais efetivamente as exigências de instrumentar o mundo do trabalho e então há um con-

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