161 Silvia Regina Canan e Vanessa Taís Eloy Ao trazermos os resultados e as principais discussões que eles proporcionaram, pretendemos abordar esses aspectos e nossas principais conclusões, alicerçados nas discussões e produções no campo da avaliação em larga escala. Corroborando com Afonso (2009), não podemos ignorar o contexto neoconservador e neoliberal em que as políticas de avaliação foram forjadas e ganharam especial atenção, já que os governos precisam de resultados para a instituição de políticas, além do fato de o produto ter se sobreposto ao processo, dando a clara concepção do porquê da alcunha ‘Estado Avaliador’. Para Afonso (2000, p. 51), a avaliação como “es un mecanismo de regulación y, simultáneamente, un mecanismo de desregulación”. Para o autor, há um “plantão en términos de nova deixa como la combinassem de políticas neoliberais y neoconservadoras” (2000, p. 51). Mas, além dos argumentos que defendem ou questionam as iniciativas internacionais de avaliação, a centralidade das regras avaliativas devem ser compreendias no discurso da eficiência e da qualidade da educação, que se tem fortalecido durante as últimas décadas. A crescente preocupação dos países para competir nos mercados internacionais tem levado os governos a redefinir os objetivos da educação pública. Na atualidade, a melhoria das economias nacionais é um dos principais propósitos dos sistemas educativos, estabelecendo, para tal fim, intensas relações entre a escolarização e o empenho, assim como melhorando os resultados de aprendizagem vinculados às competências e às destrezas requeridas pelo mercado de trabalho. A perspectiva aqui explicitada tem uma relação muito estreita com a intervenção dos Organismos Internacionais que acabam repercutindo nas políticas e nos resultados que a Universidade precisa apresentar. A cobrança que a universidade tem recebido está muito relacionada às diretrizes estabelecidas pelo Banco Mundial “[...] que dissemina a perspectiva neoliberal e exerce um papel central no processo de globalização e na expansão do capitalismo”. (ARAGÃO; BERTAGNA, 2012, p. 242). Essa cobrança implica em resultados numéricos e prioriza a busca pela eficiência e pela qualidade diante das demandas sociais. Desse modo, a avaliação externa, instituída pelo Ministério da Educação, utiliza-se de testes padronizados para medir o nível de conhecimentos dos acadêmicos no final dos cursos, deixando, muitas vezes, de valorizar o processo de ensino-aprendizagem e a produção cultural, científica, tecnológica e de formação cidadã. (ARAGÃO; BERTAGNA, 2012).
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