Políticas educacionais: contextos e análises contemporâneas

147 Cristiane Backes Welter deve existir, pois o discurso do sujeito coletivo reflete que avaliar é: importante, fundamental, referencial, positivo, válido, acompanhador, qualificador e salutar. Ou seja, os alunos não negam que deva existir o processo de avaliação na Pós-Graduação, mas esse deve ser trabalhado e divulgado ao grupo de discentes. Reforça essa afirmação o fato de 88% dos entrevistados responderem que desconheciam o processo de avaliação. Isso é preocupante e transparece na fala dos atores que se envolvem pouco nos meandros da avaliação CAPES, ou seja, os discentes. Portanto, a avaliação está intimamente impregnada somente no cotidiano de docentes e da coordenação. O afastamento do discente do processo de avaliação em larga escala é apresentado em contraposição, ao amplo conhecimento que a ele chega sobre os resultados positivos da avaliação, através da divulgação maciça nos meios de comunicação. Os resultados da avaliação são do domínio de alguns alunos que citam esse elemento como um critério de escolha pelo curso. Esses elementos vão ao encontro das reflexões de Sguissardi (1999) e Dias Sobrinho (1997) sobre o quanto é impressionante a ênfase dada à avaliação externa, que hoje é o indicador de qualidade ranqueada, onde os melhores poderão usufruir dos privilégios e da maior parcela de recursos públicos. Também é preocupante a visão empresarial, aquela da qualidade total, que invade a educação, onde conceitos como, eficiência e controle de qualidade, são reforçados e os resultados dessa análise postos em evidência. Não podemos negar que a ideologia de modernização neoliberal, apoiada pela regulação do Estado Avaliador, perpassa o discurso dos alunos que só conhecem o resultado da avaliação, ou seja, a posição valorativa da avaliação, no modo capitalista de pensar, fragmenta o processo de avaliação da Pós-Graduação. As exigências vivenciadas pelos alunos no cotidiano do programa de Pós-Graduação em educação giram em torno, principalmente, das questões de publicações, de produção da dissertação ou tese e do tempo de conclusão dos cursos de mestrado e doutorado. Ora elas são reconhecidas na relação com o processo CAPES de avaliação, fruto de critérios e indicadores estabelecidos para qualificar a Pós-Graduação e melhorar a qualidade do ensino, ora são apresentadas com um caráter de necessidade institucional de crescimento.

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