141 Cristiane Backes Welter validade da lógica mercadológica imediata, ignorando o papel social da Pós-Graduação: O viés empresarial imposto à avaliação, por sua vez, exerce um impacto imediato em relação às “escolhas” e às prioridades docentes e discentes. Não é por acaso que nos referimos à produção acadêmico- científica dos programas de Pós-Graduação (significando especialmente a quantidade de trabalhos publicados) e medimos a produtividade docente em número de aulas dadas. (SIMÕES, 2004, p. 130). Ainda segundo Simões (2004), a conquista da avaliação externa pelos interpares é clara, mas deve-se ampliar a percepção das especificidades das instituições no avaliar. O papel dos educadores é repensar e propor novos modelos de avaliação, “tarefa não possível aos tecnocratas”, pois é necessário o rompimento da lógica de competição que dará lugar a uma nova lógica menos excludente. Nesse sentido, parece que não existe uma forma ou um critério específico que deva ser priorizado pela avaliação CAPES, mas sim, uma constante renovação dos critérios e a clareza de suas implicações no cotidiano do programa. Como último tópico, as falas dos docentes refletem a importante relação entre as macros políticos educacionais, as funções do estado avaliador e a atuação da CAPES no campo da avaliação da Pós-Graduação brasileira. Também a vinculação existente entre o resultado da avaliação e a disputa por recursos e financiamentos para a Pós-Graduação. Apesar de serem muito fluidas as discussões sobre as políticas educacionais, os docentes pontuam que existem evidências da articulação entre as políticas públicas e a educação na Pós-Graduação, expressas na figura e na atuação da CAPES. As políticas de expansão, já datadas no primeiro Plano Nacional de Pós-Graduação e ainda hoje referidas nos discursos dos Governos, estão entre as mais sentidas pelos professores. Além da política de expansão, são retratadas as políticas que enfatizam os produtos da Pós-Graduação, o que evidencia a lógica do mercado que invadiu a educação em todos os níveis de ensino. Há também a preocupação referente à viabilização das prioridades apresentadas nas políticas para a Pós-Graduação que não encontram reflexos nos financiamentos e nos recursos. Discutir políticas para a Pós-Graduação brasileira nos leva obrigatoriamente a refletir sobre os financiamentos para esse nível de
RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz