140 Cotidiano de um Programa de Pós-Graduação em Educação: análise das políticas. tação de que “a comunidade científica” é partícipe do processo. “Nós estamos dentro de um contexto onde as regras de jogo são feitas por nós”. (DSC5). Os parâmetros de avaliação com indicadores qualitativos e quantitativos são percebidos como decorrentes do processo de participação das áreas e seus representantes, em especial, a atuação do Fórum de Coordenadores da área da Educação e Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED), nas discussões e proposições de inclusões ou alterações de critérios. Permeou a priorização dos critérios quantitativos imbricados nos dados quantitativos, para viabilizar os aspectos coletivos da Pós-Graduação em educação, como o olhar ao corpo docente, sua formação e produção; o olhar ao projeto do programa, suas especificidades, características e impactos regionais; o olhar ao corpo discente, sua formação conjunta, produtos e ação no meio em que vive. Fonseca (2001) colabora com a percepção dos docentes entrevistados, em seu artigo “Avaliação dos programas de Pós-Graduação: do ponto de vista de um nativo”, publicado pela Revista Horizontes Antropológicos, em que reflete sobre sua ação como representante de área da Antropologia, mediante um processo de avaliação paradoxal onde o pesquisador é chamado a avaliar os colegas em uma tarefa “como se fosse rotineira”. (FONSECA, 2001, p. 263). O trabalho coletivo realizado pela área não diminuiu os impactos nos programas de Pós-Graduação que foram obrigados a repensar toda a complexidade de seu entorno em seis quesitos: proposta do programa, corpo docente, atividades de formação, linhas de pesquisa, defesas de tese e produção intelectual. Assim, Fonseca (2001) afirma que o processo avaliativo, personificado por uma ficha de avaliação, “refletia uma filosofia e um sistema de classificação que independiam de nossa vontade”. (FONSECA, 2001, p. 266). Ainda procurando trazer elementos para discutir o posicionamento dos docentes anteposto, apresentaremos o debate trazido pela pesquisadora Simões (2004) que ratifica a posição sobre o modelo de avaliação. A autora afirma que o sistema de avaliação que vigora na CAPES não parece capaz de contemplar a diversidade e a heterogeneidade necessária à prática da educação na academia e fora dela. Tal autora apresenta uma discussão teórica sobre o papel do Estado neste formato de avaliação externa, e nos pressupostos trazidos podemos comprovar a
RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz