Políticas educacionais: contextos e análises contemporâneas

139 Cristiane Backes Welter lificar a Pós-Graduação brasileira. Ou seja, nenhum professor negou a importância do processo de avaliação exercido pela CAPES. Isso pode ser demonstrado pelas inúmeras características representadas no discurso em que os docentes reputam a necessidade de existir uma forma de regulamentação e acompanhamento da Pós-Graduação brasileira: “necessário, qualificador, fundamental, importante, complexo, significativo e um momento de aprendizagem”. (DSC3). Parece óbvio indicar que existe um grande valor agregado à avaliação a partir do histórico da Pós-Graduação brasileira e da agência CAPES e é o que legitima esse processo de avaliação. Se considerarmos o discurso-síntese de cada uma das ideias centrais, apresentadas na sequência, poderemos concluir que, ao mesmo tempo em que indicam a importância do processo de avaliação externa, os docentes afirmam que é necessária a participação da comunidade neste processo e a contínua revisão dos critérios de avaliação. Enfim, os docentes compreendem o processo de avaliação como um valor necessário à Pós-Graduação brasileira. Outro olhar sobre as percepções dos docentes para a avaliação em larga escala indica a grande dicotomia entre as áreas de avaliação, e isso se reflete na complexidade do processo de avaliação da CAPES. Realmente, não há como negar que as áreas de conhecimento tenham grandes diferenciações, explicadas devido à natureza de suas origens e consequências do processo de construção do conhecimento. A contrapartida, se nos detivermos aos discursos desses mesmos docentes, é percebida na participação diferenciada dessas mesmas áreas no processo de avaliação, inclusive pela presença e atuação de representantes da comunidade acadêmica como membros dessa rede. Não podemos negar que existe um nascedouro deste modelo de avaliação, ou seja, existe uma concepção de ciência, de educação, de avaliação que agiu como pano de fundo para a criação da avaliação externa. Porém, a crítica maior é que esse formato, enraizado em uma concepção epistemológica, deva ser assumido como valor para o conjunto das demais áreas existentes. Neste ínterim, o conteúdo do DSC5 não deixa dúvidas sobre a importância da atuação da comunidade científica, através dos representantes de área e comissões de avaliação da CAPES, que atuam discutindo essas questões e sugerindo melhorias para o processo avaliativo. Por isso, nesse aspecto, ao que tudo indica, a comunidade se faz atuante e parceira, pois a avaliação realizada pelos colegas aponta para a represen-

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