Políticas educacionais: contextos e análises contemporâneas

137 Cristiane Backes Welter por Lefèvre & Lefèvre (2005), por entender que essa metodologia está direcionada para as pesquisas de cunho qualitativo e procura evidenciar os conhecimentos produzidos pelos diferentes grupos de indivíduos na humanidade que apresentam nas suas falas e expressões as representações sociais de seu conjunto. Inicialmente, apresentamos o olhar dos docentes do programa de Pós-Graduação em educação sobre como organizam o seu cotidiano frente ao processo de avaliação em larga escala da CAPES. É importante informar que não dissociamos o discurso dos docentes daqueles que desenvolvem atividades de gestão, porque tanto o coordenador é docente, como alguns professores são membros da comissão organizadora. Dessa maneira, na sequência priorizamos a percepção daqueles que exercem a gestão e trazemos esses elementos para discussão. Também consideramos importante priorizar, em um outro capítulo, a escuta dos estudantes sobre a temática de avaliação em larga escala. Ao final, considerando o conjunto de sujeitos desta investigação, analisamos o espaço de contradição que é a avaliação da Pós-Graduação brasileira. O OLHAR DO DOCENTE SOBRE A AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA A primeira ideia central destacada no discurso docente remete a concepção que cada docente tem sobre o que é avaliar, conceito que sustenta a posição que permeou as relações entre avaliação externa e o cotidiano do programa. Podemos perceber que as duas primeiras ideias centrais tratam igualmente da concepção do docente sobre o que seja avaliar, mas os discursos são contrários, sendo que a primeira ideia central evoca a avaliação processual como sendo a concepção vigente, ou seja, aquela que, apesar dos problemas, considera o conjunto da Pós- -Graduação, sua realidade, seus contornos, suas necessidades de melhorias e seu projeto interno de funcionamento. Já a segunda ideia central, representa a avaliação como uma concepção voltada a atribuição de valor expressa pela posição ou pontuação do resultado numérico. Assim, essa segunda percepção vincula o processo atual de avaliação em larga escala ao ranqueamento dos cursos, ou seja, que se preocupa somente com os resultados e os produtos da Pós-Graduação. Parece, num primeiro momento, que a lógica mercadológica é fortemente criticada, quando o assunto a ser focado é avaliação. Isso

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