128 Banco Mundial: análise da trajetória de influências nas políticas educacionais A representação da economia do conhecimento é idêntica à justificativa utilizada pelo BM para o Programa K4D. (ROBERTSON, 2008). A incorporação do paradigma do conhecimento fez o BM reorientar sua política nos anos 2000. Se durante a década de 1990 a sua prioridade centrou-se no Ensino Fundamental, o paradigma do conhecimento provoca uma reorientação nos anos seguintes. No setor educacional, o BM passa a orientar que os países invistam na educação em todos os níveis. Consequentemente, o BM passa a incluir investimentos para a Educação Infantil, o Ensino Médio e o Ensino Superior. A universidade passa a ter uma contribuição determinante para formação de recursos humanos por meio do viés economicista. O viés economicista se tornará mais explícito nos documentos de 2000 e 2003 nos quais se usa extensivamente os termos “economia do conhecimento” e se trata a educação como abertamente subordinada à “nova economia” dinamizada pelas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). De outro modo, porém, o discurso sobre a pobreza e a equidade social traçam o caráter humanitário das orientações. (MARI, 2009, p. 170). A educação como fator econômico passa a ser a nova aposta do BM, porém, junto a esse conceito força, o Banco mantém o seu discurso de combate à pobreza através de uma matriz linguística humanitária de atendimento as necessidades básicas. Para alçar o BM ao status de Banco do Conhecimento uma série de iniciativas foram tomadas, como a elaboração de documentos e relatórios que desdobravam essas ideias. O argumento do BM para elaborar um programa como o K4D15 se estruturou sob a preocupação das lacunas quanto ao conhecimento entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento. O K4D é uma referência para conhecer a proposta e o entendimento do BM da sua concepção de conhecimento e de economia do conhecimento e o modo como o Banco compreende que deveria funcionar e se organizar uma sociedade baseada nestas premissas. O Programa conta com uma ferramenta, a Metodologia de Avaliação de Conhecimento16 (KAM), que serve para oferecer uma estimativa de 15 O Programa também é nomeado de The Global Knowledge for Development (K4D) (Conhecimento Global para o Desenvolvimento, tradução nossa) segundo notícias do BM. Disponível em: <http://www.worldbank.org/en/events/2017/04/10/world-bank- -and-knowledge-management-knowledge-for-development-global-partnership-conference-2017>. Acesso em: 30 de maio 2018. 16 Knowledge Assessment Methodology – tradução nossa.
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