Políticas educacionais: contextos e análises contemporâneas

125 Quênia Renee Strasburg (KAM). Essa metodologia está sendo utilizada pelo BM para avaliar, direcionar e produzir “economias baseadas em conhecimento”. (ROBERTSON, 2008, p. 2, tradução nossa). A virada para tornar o conhecimento peça chave da abordagem do BM foi inspirada no trabalho desenvolvido por intelectuais da década de 1960. Os chamados futurólogos, eram os economistas que defendiam as concepções de rupturas radicais a partir da sociedade industrial para uma sociedade pós-industrial e/ou pós-capitalista. Entre os representantes dessa teoria estavam Fritz Machlup (1962), Peter Drucker (1969) e Daniel Bell (1973) e mais recentemente, outros teóricos se juntaram a essa perspectiva, como Manuel Castells (1996). O argumento principal deste grupo é que o conhecimento é o maior fator de produção nesta nova sociedade. Esse argumento diverge do postulado clássico, para o qual a terra (recursos naturais), o trabalho (esforço humano), e os meios de produção (máquinas) eram os principais fatores de produção. (ROBERTSON, 2008). No livro A sociedade pós-industrial, Bell (1973), defende as seguintes proposições: (1) a evolução de todas as sociedades, ou seja todas as sociedades devem passar em algum momentos pelas fases: pré-industrial, industrial e pós industrial, (2) o trabalho passa pelo mesmo processo evolutivo: do esforço braçal para o do conhecimento ou da mente, (3) as sociedades evoluídas ou pós-industriais são mais dependentes do conhecimento teórico de cientistas, engenheiros, professores, médicos etc. e (4) as sociedades pós-industriais geram maiores graus de riqueza que as sociedades industriais. O livro de Bell não teve uma boa receptividade pelo seu caráter, extremamente futurista, no contexto dos anos 1970. Porém, com os argumentos de Castells (1996), muitas das suas concepções acabaram estruturando programas da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e do BM. A centralidade do pensamento dos autores é que o conhecimento, a mente e o cérebro passam a ser superiores pela sua adaptabilidade, flexibilidade, inovação e oportunidades para o capitalismo. Neste sentido, o conhecimento passa a ser superior ao trabalho baseado na força dos músculos. A OCDE, segundo Robertson (2008), foi influenciada pelas ideias da sociedade da informação. Com essa prerrogativa, preocupou- -se em mapear e medir informações que vieram a se transformar na grande base de dados que possui na atualidade. Entretanto, a economia do conhecimento ou o conhecimento como fator de desenvolvimento

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