120 Banco Mundial: análise da trajetória de influências nas políticas educacionais Nesta perspectiva, o BM introduz e expande à sua forma de compreensão e de atuação política baseada em um novo liberalismo. Essas ideias possibilitaram o esvaziamento de categorias que deveriam ser suprimidas na nova ordem mundial e alteradas por novas e melhores categorias. A eliminação da pobreza foi construída sob a máxima do aumento da produtividade dos pobres. O BANCO MUNDIAL NOS ANOS 1990-2000 Nos anos 1990, se consolidaram as propostas de livre mercado que já circulavam a nível transnacional desde a década de 1970. Nesse contexto, há, segundo Silva (2014), um refinamento das políticas do BM em consonância com a Conferência Mundial de Educação para Todos (1990). A partir disso, a educação despontou como foco de atenção do BM, que direcionou seus projetos de auxílio e reestruturação para educação básica, tecnológica e superior. A preocupação central era com as necessidades básicas de aprendizagem para instrumentalizar os sujeitos-trabalhadores, desenvolvendo-lhes competências e habilidades. Na virada do milênio, o BM qualificou a sua política de acordos através de algumas práticas: (a) exigir dos governos que a educação pública fosse aberta para negócios com fins lucrativos; (b) aos países que estivessem com dívida externa, estabelecer cláusulas contratuais que não poderiam ser alteradas ou com sigilo; (c) exigir que os países, primeiramente, utilizem seu dinheiro e aguardem a fiscalização dos técnicos e consultores do banco para somente após a avaliação dos diretores obter a liberação de empréstimo, (d) na negociação com os governos, as condicionantes para os empréstimos deveriam conter o pagamento de juros, prestação de contas, relatórios de dados, divulgação e acesso às estatísticas educacionais; (e) a obrigatoriedade de haver técnicos e consultores do banco nas autarquias estatais e no próprio Ministério da Educação para análise e controle de projetos; e (f ) convencimento de políticos e ocupantes de cargos públicos para aderirem aos empréstimos externos como única alternativa para realizar melhorias estruturais nos países. (SILVA, 2014). As estratégias de ação do BM indicam uma pressão de alinhamento dos países, não somente no que se refere aos empréstimos, mas
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