Políticas educacionais: contextos e análises contemporâneas

108 Avaliação emancipatória: as ressignificações dadas na política do Ensino Médio Politécnico preenchimento de tabelas - foi de que este deve ser um novo instrumento de avaliação e não um plano de ações para a superação de defasagens escolares, como previa a proposta. A ressignificação dada a avaliação emancipatória passou pela reinterpretação e adaptação das notas aos conceitos, que possibilitou a continuidade de classificação dos alunos. O PPDA foi entendido e confundido com uma recuperação, até mesmo de notas. A interpretação da nova avaliação era que os fatores comportamentais deveriam prevalecer sobre o conhecimento científico. Poucas falas e manifestações dos professores e dos gestores mostram aproximação com o paradigma da avaliação emancipatória. CONSIDERAÇÕES FINAIS A avaliação emancipatória é uma avaliação comprometida com uma educação transformadora da realidade. A intenção desta avaliação é de diagnosticar para criar possibilidade de efetivar a aprendizagem para todos. Nos textos da política pudemos perceber que esse compromisso pode ser efetivado, tanto através da teoria apresentada, como nos mecanismos de expressão de resultados, que devem ser feitos através de conceitos e de pareceres descritivos. No entanto, essa expressão de resultados, também abre precedentes para a ressignificação, numa lógica que continua a classificar os alunos entre “bons”, “medianos” e “ruins”. E essa foi a reinterpretação majoritária entre os profissionais que participaram da pesquisa. Através dos dados recolhidos na pesquisa não foi possível perceber as interpretações de todos os docentes sobre a avaliação emancipatória. Os questionários limitavam-se a perguntar sobre a concordância ou discordância sobre o modelo de avaliação. Alguns professores se manifestaram favoráveis ao modelo, mas não foi possível compreender o entendimento que eles tinham desta avaliação. Assim a pesquisa não pode perceber as pequenas reinterpretações que foram dadas em cada sala de aula, mas sim a ressignificação mais geral e majoritária das escolas. Também não foi possível medir a relevância que as orientações, ou a falta delas, dadas pela Coordenadoria da Educação tiveram na ressignificação acerca da avaliação emancipatória.

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