104 Avaliação emancipatória: as ressignificações dadas na política do Ensino Médio Politécnico alunos que tem um aproveitamento maior que 60%, daqueles que tem aproveitamento menor, geralmente medida através do número de acertos nos instrumentos de avaliação. Sendo assim, compreendeu-se que o aluno que não atingisse o “CSA” estaria reprovado no final do período letivo. Vista dessa forma, ela ainda é classificatória pois diferencia “os bons”, “os medianos” e “os ruins”. Essas orientações também mudaram no curso da implementação da reforma e ressignificaram, na prática, o texto do Regimento Padrão – pelo qual o aluno só seria considerado reprovado com o conceito “CRA”. Esta compreensão de adaptação das notas aos conceitos aparece na maioria dos questionários aplicados para os professores, no mural da sala da direção de uma das escolas e na fala de um dos gestores entrevistados7: “[...] o que mais deixa a, a, agonia do professor é a avaliação né. Avaliação Emancipatória, que nos veio, nos veio assim: tem que fazer um ahm... um parecer descritivo, mas cai de encontro ao o quê? A média de novo. Porque nos foi orientado que: uma tabelinha com CPA, CSA, CRA, mas o CPA é uma porcentagem da nota, o CSA é outra porcentagem e assim por diante... Então assim, não, não foi orientado, oh, tais objetivos, né, não é... a avaliação tem que ser feita por objetivos, não por nota né. E no final cai o quê? Quando, né, tem que CPA, CPA e CSA... ahm, o aluno de novo vai ser avaliado... então assim, não tem uma coerência na avaliação...”. (G1). Conforme relato do gestor, apesar dele entender a avaliação emancipatória de forma diversa ao apresentado, a orientação que chegou para as escolas - e que foi adotada - foi como conversão da nota expressa em números por conceitos. Nos questionários pode-se perceber a indicação desta compreensão em três frases escritas pelos professores: “Sobre os conceitos que são aplicados em que substituem as notas, acredito que não estimulem ao extremo a dedicação do aluno, pois como o conceito máximo atinge 60% da nota, o aluno só se dedica para atingir até esse percentual, não se importando com o máximo da nota, não gerando dedicação”. (Q2E2, grifos nossos). 7 As entrevistas e os questionários são identificados como: G1 e G2 para os gestores entrevistados das escolas; P1 e P2 para os professores entrevistados; Q (1, 2, 3,4...) E (1, 2) para os questionários aplicados aos professores.
RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz