103 Suelen Marchetto da escola funcionaram, dos anos 2004 a 2009, apenas no turno da noite, nas dependências da Escola Municipal de Ensino Fundamental 1º de Maio. O prédio que hoje abriga a escola foi inaugurado em 2009. A infraestrutura da escola é composta de um prédio com cinco salas de aula, um refeitório, sala de informática e biblioteca. O pátio externo é coberto de pedra britada, único lugar para desenvolver a prática de exercícios físicos. REINTERPRETAÇÕES, RESSIGNIFICAÇÕES, RESISTÊNCIAS À AVALIAÇÃO EMANCIPATÓRIA Como pudemos perceber a avaliação emancipatória está inscrita nas pedagogias que buscam a transformação da realidade. Sabemos, portanto, que a avaliação confronta a ideologia dominante e que, por isso, pode sofrer diversas resistências. Apesar disso, não é coerente apontarmos somente para a ideologia como o único fator para que a avaliação emancipatória não aconteça nas escolas. A precarização do trabalho do professor que cumpre cargas horárias extensas e em mais de uma escola, também faz com que a política, no que diz respeito a avaliação, seja ressignificada. Além da falta de formação para os docentes no processo de implementação da política, que foi escassa e insuficiente6. A orientação passada pela Coordenadoria da Educação quanto os critérios que deveriam ser adotados para a expressão dos resultados, foi a mesma para as duas escolas estudadas: os professores poderiam utilizar o critério de notas e adaptar aos conceitos. As escolas indicam que havia uma tabela de conversão da nota para o conceito. Os conceitos CRA (Construção Restrita da Aprendizagem) e CPA (Construção Parcial da Aprendizagem) eram para alunos que atingiam até sessenta por cento da nota. O conceito CSA (Construção Satisfatória da Aprendizagem) era para alunos que atingiam de sessenta a cem por cento da nota. Essa lógica continua a classificar os alunos, quando o critério utilizado é apenas a troca de nota por conceitos, com uma equivalência de percentual. A avaliação é aqui entendida como uma maneira de diferenciar os 6 A Quarta Coordenadoria Regional de Educação passava orientações através das direções/ coordenações das escolas e através de um curso que foi promovido para um número restrito de professores por escola. Os relatos dos docentes, no decorrer da pesquisa, indicam que os próprios formadores não tinham clareza das bases da reforma e de como construí-la na prática.
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